terça-feira, 29 de julho de 2008

A Terra é azul

Gzhatsk é uma cidade da Rússia que poderia permanecer anônima não fosse o fato de ter dado ao mundo dois filhos ilustres: o físico Isaac Asimov e o cosmonauta Yuri Gagarin.

Gagarin, nascido em 9 de março de 1934, calcou seu nome na história humana em 12 de abril de 1961, quando, a bordo da nave Vostok-1, contemplou nosso planeta do espaço e disse: "Eu vejo a Terra, ela é azul". Jamais os olhos humanos vivenciaram semelhante experiência.
À época, o astronauta com seus 27 anos, não poderia imaginar a extensão de seu feito.
Céticos quiseram ilustrar com esta conquista uma contestação de Deus e das religiões, argumentando que o homem chegara ao céu, mas não vira Deus nem os seus anjos. Outros, fundamentalistas, tentaram desqualificar a realização científica, pautando-se em uma fé medieval.

Muitas vezes, o trabalho do homem é capaz de expandir seus domínios, alargando sua área de influência e suas possibilidades de ação. As fronteiras do cosmo se mostraram um pouco mais próximas da humanidade, contudo as portas que a ciência abre precisam ser compreendidas e adequadamente empregadas para transformar o conhecimento em vetor de benefícios para a vida.
A oportunidade que viveu o jovem astronauta serviu para lhe dar a noção da grandeza do globo terrestre e de sua pequenez diante da vastidão cósmica com suas incontáveis galáxias. Pouco viveria este homem, tendo desencarnado em um acidente aéreo, em 27 de março de 1968.

À luz da Doutrina Espírita, sabemos que cada ponto luminoso no infinito agrega moradas de múltiplos povos e seres, fisicamente distantes, mas todos próximos e a nós irmanados pelo amor e pelas leis divinas.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Moralizar-se

Durante o final do século XIX, na sociedade francesa costumava se dizer que o homem tudo já havia inventado.

A afirmação se apoiava nas conquistas tecnológicas de então: os motores elétricos, as estradas de ferro, a fotografia, o telégrafo, o telefone, o cinema, o automóvel e a primeira indústria aeronáutica. A sociedade parisiense desfrutava da prosperidade conquistada com sua revolução industrial, com o surgimento de empresas como Peugeot, Berliet e Renault.O crescimento econômico era seguido pela prosperidade cultural e artística, com estilos e tendências copiados por todo o mundo, era a Belle Époque. Tratava-se de um período de entusiasmo, com a exaltação da vida boêmia, dos cabarés e cancans. O homem podia desfrutar da alegria da vida com paz, tecnologia e beleza. Foi um equívoco, pois a aparente felicidade da burguesia francesa desmoronou com o início da Primeira Grande Guerra, em 1914.

Do mesmo modo, estas conquistas tecnológicas de hoje se mostram como modestos avanços diante dos inventos desenvolvidos no planeta ao longo das décadas seguintes. Terminou assim a onda da Belle Époque.

Trazendo para os nossos dias, vivemos em uma sociedade de início de século XXI com a sensação de uma aldeia global, reduzindo distâncias com aviões a jato, trens ultra-rápidos e rodovias digitais. Nunca tantas informações se fizeram disponíveis e em frações de tempo cada vez mais diminutas.Contudo, as conquistas e impressões de supremacia de tecnologias e tendências se mostram insuficientes para preencher a alma humana. Todos os avanços e benefícios da ciência são insuficientes para acabar com males tão antigos quanto a própria humanidade. O sofrimento com a dor, as depressões, os transtornos psíquicos, os males ambientais, a escassez de alimentos, a fome e a guerra, para citar apenas algumas questões. Afinal, o que poderia mover o homem, em meio a tão antigas questões, de maneira a aproveitar melhor sua vida e reduzir os sofrimentos pessoais e coletivos?

É neste ponto que entendemos que se insere a moralização do homem. "Moralizar-se", observamos, não pode se confundir com a adesão a pudores convencionais e temporários, cuja validade se esgota tão rápido quanto as mudanças culturais. A busca de crescimento moral do homem é uma jornada de compromisso que começa com cada um de nós e se expande rumo a todas as fronteiras do globo.

É o caminho do herói da Nova Era e, o melhor, pode ser trilhado por toda pessoa, bastando apenas a vontade de percorrer o caminho e a decisão do primeiro passo.